Sete meses

No dia do "meversário" do Dante viajamos para a casa da vovó e paramos em Aparecida para agradecermos tantas bençãos na nossa vida. Na última vez em que lá estivemos, Dante estava na minha barriga há poucas semanas e eu nem desconfiava ainda que me tornaria mamãe em breve.

Mesmo não sendo católica, tenho muito respeito e fé e sempre peço força e coragem para aceitar os desafios da vida; serenidade e sabedoria eu também peço, para lidar melhor com as mais diferentes situações do cotidiano.

Dessa vez agradeci o grande presente que a vida me presenteou, esse bebezinho lindo nesses sete meses de alegria. E aproveitei para comprar um tercinho do anjo-da-guarda que pretendo deixar junto com o estandarte também do anjo-da-guarda (feliz coincidência) que titia I. deu a ele assim que chegamos. Proteção nunca é demais.

Like a Rolling Stone

Essa é para o titio R. Dante definitivamente descobriu que possui uma língua e tudo é pretexto para mostrá-la. Temos um linguarudo como filho... hahahaha.

É a boca no pé, é o pé na boca ... deixando a mamãe louca

Dante toma as papinhas sentado no bebê conforto que, por sua vez, fica acoplado ao carrinho. A nova mania dele é alternar as colheradas com uma sugada no pezinho. Chega a colocar os cinco dedinhos na boca e faz aquela lambuzeira de papinha na roupa, no carrinho e na mamãe, é claro.

Tenho que me controlar para não impedir essa cena porque, parafraseando a famosa marca de sabão em pó, "Sujar-se faz bem", je sais. A pediatra também me disse para deixar colocar a mão na comida, apalpar os alimentos e tal. Mas gente, tenho até que fechar os olhos para não ser a mãe maníaca por limpeza.

Mandando ver no pezinho



Dante tirando as meias



Mãe, cantora e animadora cultural levemente surtada

Hoje levei o Dante ao médico para tirarmos umas encucações que disseminaram horrores os cabelos brancos do meu cocoruto. Apesar de nem ter tocado direito no meu filho, o doutor que me fez lembrar uma personagem soturna com seu casaco corsário azul e seus olhos de aço, me tranquilizou e nem quis pedir a tomografia que tanto temia.

Foi uma correria: acordar cedo, colocar uma roupa prática em mim (tarefa difícil pra uma enrolada por natureza), levar apenas uma bolsa, arrumar mamadeira e água e rezar pra não chover. Fomos sem o papai, então tome chamar um taxi, subir escadas rolantes e ficar distraindo o Dante com brinquedinhos, com o cordão da minha roupa, com musiquinhas (a maternidade faz milagres e agora sou animadora cultural e cantora nas horas de apuros...rá!), conversar com as velhinhas très simphatiques que vêm me contar dos netinhos e descer escadas, enfrentar nova fila para marcar fisioterapia solicitada pelo homem de gelo e depois quase ter que me virar do avesso para conseguir um taxi (acabou que o mesmo taxista que me levou, atendeu ao meu chamado e foi me socorrer).

Não encontrava a chave da porta. Revirava a bolsa e nada. Com ele no meu colo, eu cantando baixinho pra ele não chorar, algo como "A rolinha fez seu ninho, veio o vento e desmanchou...", pra eu não me desmanchar... Por fim, virei a bolsa toda no chão e...nada.

Resolvi descer e pedir ajuda ao porteiro e foi só o elevador chegar que ele já veio ao meu encontro perguntando o que tinha acontecido. Todo paternal disse pra sentar e procurar com calma. Coloquei a mão no primeiro compartimento da bolsa que vi e a bendita chave lá estava.

Desculpa aí a vergonha que passei.

Dia das Crianças

Passamos o primeiro Dia das Crianças do Dante no interior. Foi uma oportunidade de relaxar e aproveitar um solzinho, ainda que tímido. Ele ganhou presentinhos e está se divertindo com eles. Uma bola macia que ele apalpa, morde, rola, explorando todas as possibilidades de brincar com ela. Uma graça.

Outro presentinho foi um celular da Fisher Price. Como Dante não pode ver um controle remoto ou um celular sem querer pegar e levar à boquinha, ou ficar apertando seus botões, esse agradou em cheio. Ele fica encantado com as musiquinhas e com as frases.

Finalmente, uma torre de encaixe, da mesma marca, toda colorida, que permite várias interações, com uma bolinha com guizo. Ele se diverte muito com esse brinquedo. Começou batendo as peças umas nas outras, e jogando-as várias vezes no chão, e agora explora outras formas de brincar.

Temos plena consciência do quão mercadológica é essa data, mas adoramos presentear nosso filhote e vê-lo se divertindo. 

Sósias?

Desde que nasceu, devido a seu temperamento enérgico (só para usar um eufemismo), detectado pela leitura do livro da "Encantadora de Bebês", Dante recebeu o apelido de COMANDante. E assim nos referíamos a ele cada vez que chorava a plenos pulmões contrariando toda a rotina de cuidados. Era comandante pra lá e pra cá e ele realmente, durante uns cinco meses, mandou no pedaço.

Conseguir organizar sua rotina diária, principalmente, as sonequinhas é conquista recente aqui em casa.

Foi a titia I. quem descobriu, em uma visita ao interior do Rio, que ele é a cara do Cebolinha. E, realmente, parece mesmo, até os cabelinhos espetados que ainda não tive coragem de cortar.

Dante ganhou então, da titia coruja, um Cebolinha de brinquedo que ele adora. A carinha do outro mesmo ... ownnn que fofo!

O que é que tem na sopa do neném?

Mais uma sopinha. Dessa vez, vegetariana porque não gostamos do aspecto da carne selecionada. Essa levou batata inglesa, batata salsa, chuchu, um pouquinho de cebolinha e de salsa, alface e beterraba. Em cubinhos, cozinhamos por uns vinte minutos, peneiramos e colocamos as porções em cubinhos.

Ontem já foi apreciada por ele. Pretendíamos fazer um rápido passeio, mas ficamos presos no trânsito. Um trajeto que levaria 25 a 30 minutos, levou duas horas e meia.

Tenho levado na bolsa do Dante uns potinhos de papinha industrializada (mãe má...),que ele adora, como qualquer bebê, para o caso de alguma emergência. Pois ontem foi consumida a papinha industrializada, a sopinha e um tanto da mamadeira previamente preparada. Que apetite o desse neném.

Tipo Modelo

Fomos à visita mensal à Pediatra. Dante cresceu meio centímetro esse mês e engordou pouco. Perguntei se era normal. A doutora disse: "Ele é bem alto e o peso está quase bom. É que ele é tipo, estilo modelo...alto, acima da média e peso na média". Hahaha... Mãe de modelo, quem diria.

"Das cores, o rubro. Dos meses, outubro". B. Brecht

Adoro outubro. Para mim, professora, é o sinalizador de que mais um ciclo se fecha. Início do quarto bimestre. Cheirinho de preparativos para o Natal. Prenúncio das férias. Tive o privilégio de permancer até agora cuidando do Dante nesses seis meses de vida dele, mas me preparo para voltar em breve. Animada, mas receosa. O recomeço tem cara de começo. Será em uma cidade diferente, com pessoas diferentes. Mas meu ascendente em gêmeos, que adora uma novidade, e a lua em sagitário, aventureiro que só, me empurram para frente.

Ontem fui justificar meu voto. Pena eu não ter exercidomeu papel de cidadã desta vez. O prazo para a transferência do título de eleitor se extinguiu em uma época deveras complicada para mim. Estava sozinha, cuidando de um bebezinho de dois meses e totalmente inexperiente. Ficava enfurnada no apartamento durante dias.

As fotinhas acima são do Diário do Bebê ao qual me referi no post anterior. Foi comprado no ABC Shopping, em Santo André, em uma papelaria recheada de material para scrapbook.

A cartela de adesivos é um mimo. Já foram usados muitos deles. Outros só daqui a seis meses, como o primeiro aniversário.

 

O álbum de fotos foi comprado na mesma loja. Selecionamos e mandamos imprimir as melhores fotos e comecei a montá-lo com a técnica do scrapbook. É um hobby que um dia pretendo transformar em negócio. Um álbum personalizado é cheio de carinho, um em cada cantinho do papel. Comecei pelas fotos da gravidez e de alguns documentos como exames e ultrassons.

Voltamos

Após uma sumidinha de uns quinze dias, voltamos. Repensei o porquê de postar e cheguei à conclusão do quanto é válido esse registro, essa documentação do nosso cotidiano. Ficará como um presente para ele. O parâmetro sou eu. Desde que me entendo por gente tenho diários e o meu de bebê, feito caprichosamente por minha mãe, foi folheado muitas vezes ao longo da minha vida, e o guardo com todo o carinho.

Dante também tem um diário, do Pequeno Príncipe, e lá vou registrando tudo, desde notas de vacina e acompanhamento do crescimento, até fatos corriqueiros do dia a dia que, se não fossem registrados, seriam esquecidos. Tenho certeza que nessas anotações despretensiosas estão dicas valiosas de traços da personalidade dele. O que ele será no futuro já está na sementinha de hoje.

Foto do Dante aos cinco meses, brincando no bercinho desmontável

Quantas vezes eu, em crises de identidade de adolescência, não recorri à memória daqueles que conviveram de perto comigo para conhecer minhas inclinações desde criança? Então é isso, vou dar uma esquentadinha aqui e me comprometer mais.