quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A volta do apagão

Depois de um final de semana excelente no interior, regado a sol, comida boa e saudável, Dante dormindo melhor e descanso, ontem foi punk.
A Eletro#@##**** não enviou nossa conta no mês de setembro, mandou aviso de cobrança e como não conseguimos imprimir a segunda via, pediram cinco dias para resolverem a situação. Pois bem, muito antes desses cinco dias foram até nosso prédio para desligarem a energia do nosso apartamento e de um outro (pelo mesmo motivo), justamente os dois que têm bebezinhos entre os moradores.
Não adiantou nada pedir, suplicar ao porteiro para que ele não autorizasse. Desligaram. Felizmente a diarista estava aqui e não tive outra saída se não deixar  Dante aos cuidados dela enquanto eu me virava a pé, debaixo de chuva e sem sombrinha.
Passei no banco para sacar o dinheiro da conta, peguei um taxi para adiantar a vida, mas descobri quando cheguei à Eletro#@*** que havia levado a conta da Sabesp ("tonga la tonga... tonga, tonga, tonga"). Só eu pra ser essa tonguice em forma de gente.
Então precisava voltar em casa para pegar a conta certa, a chuva apertou e não conseguia comprar um guarda-chuvas.
Voltei a pé, vi que Dante estava bem, mas esqueci a sombrinha. A chuva apertou e cheguei à Eletro***#@ em frangalhos, pingando, literalmente. Aí descobri que só o titular da conta poderia religar a luz, a menos que estivesse com um documento dele. A única informação foi a de pagar a conta e ligar para o 0800.
Consegui comprar uma "linda" sombrinha por cinco plutos (em promoção especial para mim, imaginem) e lá fui eu marchando para o banco, com o dilúvio desabando.
Coisa estranha, os funcionários do lado de fora e o banco todo escuro com aviso na porta "Sem sistema". Vontade de chorar, "sozinha no mundo" , como o livrinho da coleção Vaga-lume da minha infância.
Respira fundo, Sâmara, pelo Dante. Procurei outro banco, paguei, voltei pra casa.
O síndico me disse que o porteiro não deveria ter autorizado o corte, que o erro foi da Eletro#@&* e que quando há crianças pequenas eles não desligam.
Eu, desmanchando de chuva, tive vontade de esquecer a educação que minha mãe me deu, "Agora a Inês é morta", e me limitei a um sorriso seco que combinava com ele, sequinho da silva enquanto a interlocutora estava molhada até os ossos.
Aí foi testar a paciência no 0800 e todos os protocolos exigidos e dar uma "carteirada" com educação na atendente. Quem me conhece sabe que não sou disso, mas depois de toda esta epopeia não aguentaria esperar por mais quatro horas até a energia ser religada.
Não sei se adiantou, mas dez minutos depois, a "forrrrrça" voltou e pude tomar um banho quente para expurgar meus pecados.
Tirei algumas lições do episódio:
1) Essas coisas só acontecem quando o chefe não está em casa; chuva cai e você não está nos melhores dias;
2) O que é ruim pode piorar, a chuvinha se transformou em temporal; troquei as contas e o banco "sem sistema";
3) A transmutação das coisas é lei (oi I Ching?). Depois de um final de semana de rainha, tive meu dia de vira-lata escorraçado na chuva.
Para amenizar o tom azedo desse post, umas fotos do nosso final de semana:

Pavão misterioso no seu momento Clóvis Bornay



Macaquinho-prego láááááá  no fundo
 

Trilha ecológica no Parque