quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Retalhinho do cotidiano

Prometo que darei um tempo aqui com essa "macarronada" toda que andou pintando em alguns posts nos últimos tempos. Mas hoje vou falar de outra massa, a pizza nossa de cada dia (ou pititica como diz minha tia Z., ladiminasss).

Como se não bastasse amar comer e estar uns bons quilos acima do que almejo, os céus me sabotam e colocam uma pizzaria tradicionalíssima (com uns quarenta anos de existência) bem em frente ao meu prédio.´

Durante todo o dia tem movimento de entrega de mercadoria e o negócio vai criando vida. Às seis de la tarde começa a subir um cheirinho delicioso de massa assando. Resolvo fechar a janela pra espantar a tentação gordurinha e o telefone da bendita, pintado no muro em letras garrafais e vermelhas como o demo, me chama, me chama em um apelo Lobão felllings (Aonde está você? Me telefona... Me chama, me chama, me chama...).

Tento enganar meu estômago, que não é bobo nem nada, e pensar em outras coisas. Qual o quê? Vira e mexe estamos nós, dedinho ao telefone já adiantando o pedido para só atravessar a rua e trazer para comer em casa porque, minha gente, desde que Teteco se emancipou dos joelhinhos se arrastando pelo chão, não somos uma família digna para frequentar um "restorante" de respeito...rá.

À meia-noite, mais ou menos, o último garçon vai embora em seu fusquinha barulhento. É um ciclo se fechando com o cerrar das portas e o popopó do fusca. Nem preciso de relógio para conferir a hora.

Eu amo esse cotidiano da cidade, que mesmo sendo expressiva, consegue manter as caracteristicas do interior porque todo mundo ao entorno se conhece, a dona da quitanda entrega em casa, a padaria também. E me sinto muito em casa e bem confortável por coisinhas assim que a gente às vezes só consegue dar o devido valor quando as perde.

E, às segundas, quando a pizzaria não funciona ou nas férias coletivas, no descanso do carnaval, como que a danadinha nos faz falta. Tanta que no primeiro dia da reabertura já apareço por lá com a necessidade de uma órfã abandonada.

A última vez que nos refastelamos com a pizza foi no finde, com os "titieeess" cridos:


Meia Siciliana, meia calabresa. Bom ao infinito.

Beijos. Inté.