terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mãe, cantora e animadora cultural levemente surtada

Hoje levei o Dante ao médico para tirarmos umas encucações que disseminaram horrores os cabelos brancos do meu cocoruto. Apesar de nem ter tocado direito no meu filho, o doutor que me fez lembrar uma personagem soturna com seu casaco corsário azul e seus olhos de aço, me tranquilizou e nem quis pedir a tomografia que tanto temia.
Foi uma correria: acordar cedo, colocar uma roupa prática em mim (tarefa difícil pra uma enrolada por natureza), levar apenas uma bolsa, arrumar mamadeira e água e rezar pra não chover. Fomos sem o papai, então tome chamar um taxi, subir escadas rolantes e ficar distraindo o Dante com brinquedinhos, com o cordão da minha roupa, com musiquinhas (a maternidade faz milagres e agora sou animadora cultural e cantora nas horas de apuros...rá!), conversar com as velhinhas très simphatiques que vêm me contar dos netinhos e descer escadas, enfrentar nova fila para marcar fisioterapia solicitada pelo homem de gelo e depois quase ter que me virar do avesso para conseguir um taxi (acabou que o mesmo taxista que me levou, atendeu ao meu chamado e foi me socorrer).
Não encontrava a chave da porta. Revirava a bolsa e nada. Com ele no meu colo, eu cantando baixinho pra ele não chorar, algo como "A rolinha fez seu ninho, veio o vento e desmanchou...", pra eu não me desmanchar... Por fim, virei a bolsa toda no chão e...nada.
Resolvi descer e pedir ajuda ao porteiro e foi só o elevador chegar que ele já veio ao meu encontro perguntando o que tinha acontecido. Todo paternal disse pra sentar e procurar com calma. Coloquei a mão no primeiro compartimento da bolsa que vi e a bendita chave lá estava.
Desculpa aí a vergonha que passei.